Com o aumento do uso de sistemas de respostas baseados em Inteligência Artificial — como o AI Overviews do Google, o Modo IA, e chatbots como ChatGPT, Gemini, DeepSeek, entre outros —, criar conteúdos relevantes para serem exibidos nessas respostas se torna cada vez mais estratégico e essencial para SEO e GEO.
Essa mudança nos hábitos de pesquisa representa um novo cenário: se antes as buscas eram acionadas principalmente por palavras-chave, hoje elas são cada vez mais conversacionais e carregadas de nuances semânticas. Isso exige repensar como as marcas podem potencializar sua comunicação e presença nesse novo canal de pesquisa.
Conteúdo extraído por modelos de IA (inteligência artificial)
Antes de tudo, é necessário entender que as IAs extraem conteúdos da internet e treinam seus modelos com base em grandes volumes de dados. Esses dados são gerados por humanos — como imagens, vídeos, documentações, pesquisas, obras intelectuais, músicas, publicações e livros — e alimentam as IAs para que possam fornecer respostas precisas.
De maneira resumida, o papel de uma ferramenta de pesquisa baseada em IA é minerar informações de uma fonte de dados e apresentar um resumo dessas informações. Funciona como uma mineração de conteúdo.
Mudança na dinâmica nos cliques
Nessa nova dinâmica, o tráfego tende a ser direcionado para o resumo da visão da IA, satisfazendo, na maioria das vezes, quem busca por informações.
Essa síntese de conteúdo quebra a lógica tradicional de cliques em links, impactando modelos de negócios baseados na produção de conteúdo original, como portais de notícias, blogs e produtores independentes. A consequência é a perda de tráfego, audiência e, consequentemente, de receita.
É possível limitar a extração de conteúdos aplicando regras de rastreamento em certas páginas. No entanto, algumas IAs conseguem até ultrapassar paywalls, expondo conteúdos que deveriam ser exclusivos para assinantes.
Autoria e plágio de conteúdos feitos por Inteligência Artificial
Outro ponto relevante é a autoria das obras produzidas por inteligência artificial.
Quando uma IA gera conteúdo, a quem pertence a autoria: ao desenvolvedor do algoritmo, ao usuário que fornece os prompts ou à própria IA?
Além disso, há o risco de reprodução de partes substanciais não autorizadas de obras protegidas, configurando plágio.
Essas questões ainda estão em discussão e acompanham o avanço da tecnologia e iremos acompanhar esse debate.
Usuários mais valiosos nas IAs
Segundo pesquisas de ferramentas de SEO, usuários provenientes de IAs podem ser até quatro vezes mais valiosos, pois tendem a converter mais. Isso acontece porque chatbots acumulam históricos de interação robustos e personalizados, permitindo:
Compreender melhor o comportamento do consumidor.
Recomendar produtos de forma mais assertiva.
Modelar a jornada de compra de forma eficiente.
A IA consegue identificar nuances importantes, como sensibilidade ao consumo e preferências individuais (perfil premium, econômico ou sustentável), proporcionando uma experiência altamente personalizada.
Exemplo de jornada de compra via IA:
Descoberta: O usuário pesquisa “tô querendo começar a correr, por onde devo começar?”.
A IA pode recomendar conteúdos introdutórios e apresentar a marca de forma leve:
“Se você está começando a correr, o tênis da marca X foi desenvolvido para iniciantes, combinando conforto e preço acessível.”
Comparação: O usuário pesquisa “tô começando a correr e queria um tênis bom. Qual vocês acham melhor, da marca A ou B?”
Decisão: O usuário busca informações específicas: “Onde encontro o tênis da marca X, tamanho 41, com a entrega mais rápida?”
Embora nem todas as jornadas sigam esse fluxo linear, identificar os momentos-chave ajuda a destacar a marca em cada etapa.
Planejamento e entendimento das menções da marca pelas IAs
As marcas podem explorar esse novo canal para ampliar seu alcance. O primeiro passo é entender como a marca é apresentada nas consultas por IA, identificando contextos relevantes e ajustando forças e fraquezas.
Com planejamento, é possível reforçar atributos que tornam a marca única e definir como conteúdos originais podem ser recomendados de forma mais eficaz em cada etapa da jornada de compra.
Além disso, mapear quais prompts são mais utilizados fornece insights valiosos para posicionar a marca nos contextos certos, destacando atributos essenciais para reconhecimento e relevância.
Criação de atributos de marca direto nas fontes consumidas pelas IAs
Um dos trabalhos recentes da nossa equipe de SEO/GEO envolveu a criação de uma estratégia para reforçar a presença de uma nova marca.
O objetivo foi construir conteúdos originais e destacá-la como fonte confiável de informação para IAs, fortalecendo sua relevância tanto em pesquisas tradicionais quanto em consultas por IA.
As etapas incluíram:
Cobertura de serviços da marca.
Tecnologias oferecidas.
Atributos e qualidades da marca.
Outros pontos que aumentassem credibilidade e relevância no mercado.
Como resultado, conseguimos aumentar a presença da marca em pesquisas por IA e, simultaneamente, gerar crescimento de acessos orgânicos.
Esse é um dos exemplos de estratégias que trabalhamos por aqui, são ações que envolvem pesquisa e aprimoramento para a construção de conteúdo com bases sólidas tanto para pesquisas tradicionais quanto para pesquisas em IAs.
Conclusões
Conteúdos produzidos por humanos continuam sendo altamente valorizados pelas IAs, pois carregam nuances e características que a IA ainda não consegue replicar completamente.
Produzir conteúdo original:
Garante uma fonte confiável para a marca.
Evita plágio ou similaridade com textos gerados por IA, que podem ser considerados spam e ter baixa durabilidade.
Enriquece a experiência do usuário e fortalece a presença da marca ao longo da jornada de compra.
As IAs podem agregar valor nesse novo cenário, fornecendo insights e informações estratégicas, mas nada substitui a criatividade humana, baseada em experiência e subjetividade.
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Sou Roberto Borba, publicitário de formação e apaixonado por marketing digital desde 2017. Hoje trabalho como gerente de SEO, ajudando marcas a crescerem através de dados, conteúdo e estratégias digitais. Fora do trabalho, me conecto à criatividade em outras linguagens: ilustração, pintura e tatuagem.